E uma coisa é certa – durante a noite e ao longo do dia o vento vai rodar e mudar de intensidade pelo que temos sempre de deixar o barco amarrado por forma a que suporte todas as direcções de vento. A colocação correcta dos “springs” é por isso fundamental para assegurarmos que o barco fica em segurança na marina quando regressamos a casa.
E como em muitas outras coisas na vela, o importante é perceber qual é o cabo crítico em que não podemos falhar e que temos de assegurar que está bem seguro e no local certo.
Assim, se o barco estiver de proa o Spring crítico é sempre o Spring de Proa. E aqui surge a primeira confusão: qual o spring de proa e o de popa? É muito fácil:
o spring de proa (2) impede a proa de ir para a frente e como tal parte do barco para a popa;
o spring the popa (1) impede a popa de ir para trás e como tal parte do barco para a proa;
Como devemos então deixar o nosso barco amarrado? Vejamos alguns exemplos de boas e más práticas.
PERIGO ! Este barco está mal amarrado.
Se entrar vento do quadrante Oeste (neste caso pela popa do barco) nada impede a proa de bater no pontão.
Temos por isso um problema pois apenas temos montado o spring de popa.
Os lançantes de proa impedem o barco de ir para trás. A mesma função que neste caso faria um spring de popa.
Do que precisamos mesmo é do spring de proa pois os lançantes de proa já impedem o barco de ir para trás.
Assim o spring de popa é redundante.
Este barco está bem amarrado.
Mesmo apesar de não ter montado o spring de popa que é neste caso redundante com os lançantes de proa. O spring de proa (montado do barco para a popa) impede que a proa bata no pontão.
E recorde que para amarrar um barco correctamente (de proa para o pontão) precisamos sempre de 5 cabos:
. 2 springs um de proa e um de popa;
. 2 lançantes de proa;
. 1 lançante de popa.
E claro que se deixarmos o barco no pontão “de popa” o princípio é o mesmo apesar do nome dos cabos se inverter! Um bom exercício para pensar com um desenho!
Em caso de dúvida a solução segura passa por colocar sempre ambos os springs usando 5 cabos para uma amarração completa e bem feita.
A redundância não faz mal e acrescentamos estabilidade ao barco.
E porque os bons marinheiros se vêm sobretudo na marina - sempre com cada cabo a desempenhar uma função única e com a amarração a começar no pontão com lais de guia ao cunho.
Finalmente, e antes de ir embora, basta puxar em empurrar ligeiramente pelo varandim de proa para assegurar que o barco não vai bater no pontão ou no nosso vizinho.
Boas Manobras!